O agricultor está cansado de promessas!

Esperava-se um público maior no Coliseu na noite desta sexta-feira (29), mas a baixa adesão à audiência pública também diz muito: o agricultor está cansado de promessas! Foram poucos, também em razão dos compromissos no campo, que compareceram nesta audiência promovida pela Comissão Especial da Assembleia Legislativa para analisar a atuação das companhias de energia elétrica.

Não são apenas os agricultores que sofrem constantemente com estes problemas, mas são os que mais contabilizam prejuízos. É por isso que, na maioria das vezes, estas audiências concentram-se mais nos problemas da zona rural. No entanto, a infraestrutura precária de postes e fios na cidade também é mencionada.

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O objetivo

O objetivo das audiências desta Comissão Especial é elaborar um relatório, com base nos relatos da população, para entregar para as empresas fornecedoras de energia elétrica (CEEE Equatorial e RGE) e agências fiscalizadoras que estarão presentes no dia 9 de dezembro, quando está prevista uma grande audiência em Porto Alegre.

O agricultor cansou de promessas

Os políticos dividiram o espaço de fala, que era aberto, com representantes de sindicatos e associações. Um único agricultor sem cargo político ou ligação formal com entidades decidiu expressar sua insatisfação.

Dirlei Zacker, de Amaral Ferrador, falou por ele mesmo, mas foi aplaudido pelos demais que sentiram-se representados por sua fala. Ele ficou conhecido regionalmente após jogar tabaco estragado no chão do escritório da Equatorial em Camaquã, em uma tentativa desesperada de chamar a atenção da empresa para os problemas enfrentados no interior. Já eram dias sem luz e, segundo ele, mais de R$ 40 mil em prejuízos naquela ocasião. Para reparar os danos, a empresa teria oferecido menos de R$ 10 mil.

As cadeiras vazias

Em novembro de 2023, quando foi realizada uma audiência proposta pela Frente Parlamentar em Defesa do Produtor de Tabaco, da Câmara Municipal de Camaquã, o público era maior e mais agricultores utilizaram o espaço de fala, mas hoje poucos sentem que são realmente ouvidos.

O agricultor não cansou de trabalhar. As cadeiras vazias são daqueles que preferiam seguir na lida, porque no seu trabalho eles sabem que podem confiar. Eles seguem de pé, dispostos a continuar sendo o motor da economia do país, mas não querem mais promessas, querem ação.

Os problemas ainda são os mesmos

A infraestrutura obsoleta, com fios e postes em condições precárias, tem sido apontada como um dos maiores gargalos no fornecimento de energia em todo estado, gerando prejuízos significativos para setores fundamentais, como a agricultura, que sustenta a economia local. Agricultores têm relatado perdas financeiras expressivas devido a interrupções no fornecimento, que comprometem colheitas e processos industriais no campo. É no tabaco, no arroz, no leite, na agroindústria. Todos estão enfrentando perdas.

E os problemas não encerram com a energia elétrica. A lista de preocupações só cresce. Ao que parece, os governos (todos eles) também gostam de brincar com a boa vontade do povo do campo.

Assista a gravação da audiência pública em Camaquã:

Pablo Bierhals | chefe de redação do Clic Camaquã | contato @ cliccamaqua.com.br