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12 de fevereiro de 2025
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Trabalho da imprensa é garantir transparência na gestão pública


Por Pablo Bierhals Publicado 20/01/2025
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Foto: PREFEITURA DE CAMAQUÃ / ARQUIVO CLIC

A administração municipal de Camaquã, em 20 dias de atuação, vem demonstrando total desconhecimento sobre o papel da imprensa em uma democracia. O trabalho do jornalista envolve questionar o Poder Público, assim como o trabalho do Poder Público envolve atender o povo de forma transparente.

Não é incomum que os governos, sejam municipais, estaduais ou federais, tentem descredibilizar jornais. Neste ano, em ao menos duas ocasiões a administração municipal não respondeu questionamentos pertinentes e não aceitou convites para esclarecer assuntos de interesse público, mas utilizou suas redes sociais para “refutar” informações publicadas na imprensa. Sim. Em uma publicação que foi apagada logo em seguida, a página da prefeitura chegou a utilizar o termo “refutar” para rebater uma informação publicada no Clic Camaquã. No entanto, não refutou nada, apenas evidenciou o desrespeito com o trabalho da imprensa.

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Neste caso, a informação publicada foi a seguinte: colaboradores de uma terceirizada da prefeitura estavam com salário atrasado. Um dos colaboradores concedeu entrevista e explicou que, segundo o encarregado da empresa, os pagamentos não aconteceram em razão de um atraso da prefeitura. É importante salientar que o colaborador não culpava a administração municipal e sequer afirmava ter certeza se esse era o motivo do atraso.

Às 9h40 de sexta-feira (17) o jornalista Eduardo Costa, diretor do Clic Camaquã, questionou a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal sobre a veracidade do atraso. Às 17h50, mais de 8 horas depois, sem uma resposta da administração municipal, a notícia foi publicada com a seguinte informação: “A redação do Clic Camaquã entrou em contato com a prefeitura de Camaquã, mas esta não retornou até o fechamento da matéria”. E inclusive a resposta para o portal não saiu até hoje, mas sim nas próprias redes da Prefeitura horas depois da matéria ser publicada.

Além disso, na nota da administração municipal, ao contrário do que diz o título, a prefeitura NÃO NEGA o atraso, apenas diz que a responsabilidade pelo atraso é da empresa terceirizada que atrasou o envio de notas fiscais. Acho muito justo, inclusive, já que esse é o procedimento, mas por qual razão a imprensa foi ignorada?

Segundo caso

O segundo caso envolve a proposta de revisão do Plano Diretor. O Clic Camaquã teve acesso ao projeto, incluindo os anexos, e publicou uma matéria com as informações disponíveis. Mais uma vez a administração municipal foi questionada, mas não respondeu os questionamentos e os convites para esclarecer os assuntos que são de interesse da comunidade.

A “polêmica” ocorre em torno de uma área ao lado do bairro Jardim do Forte. O projeto pretende transformar o lado oeste da Estrada do Forte em zona de interesse social (ZEIS). Nestes locais, conforme o próprio projeto determina, podem ser construídos loteamentos populares e empreendimentos com residências destinadas para famílias de baixa renda, não ultrapassando a renda familiar total de três salários mínimos. NÃO HÁ NENHUM PROBLEMA NISSO, mas é isso que diz no projeto. Ponto.

Com base nestas informações, recordamos do projeto para construção de 60 casas populares, através do programa A Casa É Sua, que serão destinadas para o cumprimento de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público para ocupações irregulares. Já que a revisão do Plano Diretor prevê que estas casas devem ser construídas em Zonas Especiais de Interesse Social, perguntamos para a administração municipal se havia intenção em construi-las ao lado do Jardim do Forte. Mais uma vez, na ausência de qualquer resposta, publicamos uma matéria expondo toda as possibilidades, incluindo essa.

Agora, nesta segunda-feira (20), a administração municipal finalmente divulgou, também em suas redes próprias, que as 60 casas serão construídas no Loteamento Jardim das Flores. Não teria sido mais fácil se já na sexta-feira passada, quando foram questionados, tivessem respondido essa informação tão simples?

A boa notícia é que finalmente foi divulgado o local em que serão construídas as residências para estas famílias que vivem em condições inapropriadas no município. É um grande projeto.

Baixe o PDF com o projeto da proposta de revisão do Plano Diretor de Camaquã:

Baixe o PDF com o mapa do novo zoneamento proposto e o comparativo com o atual:

Por qual razão não respondem?

Não responder os questionamentos da imprensa, que busca contribuir para transparência da gestão, é desconhecer e até mesmo desrespeitar o trabalho. Além disso, há nos bastidores a informação de que a administração municipal tenta descredibilizar as informações verdadeiras que foram divulgadas.

Estas são atitudes perigosas e devem ser corrigidas. O objetivo é a transparência.

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