Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo

Aproveitando que o CineRaízes, projeto muito legal do Ícaro Casagrande (Binho), Professor Edson e o Professor Antonio Kila, vai exibir o longa neste sábado (25) – 19h no Bar do Portão (Capitão Adolfo Castro, 201), em sessão gratuita, vou falar um pouquinho dessa obra prima.
Começamos pelo simples fato de estarmos falando do longa mais premiado da história do cinema, vencendo 7 categorias no Oscar, incluindo o mais importante que é o de melhor filme e chegando á marca 165 premiações, este título antes estava com Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei. Vale ressaltar que existia um número menor de eventos e premiações na época, quase duas décadas atrás. Pois então, no filme acompanhamos Evelyn Wang (Michelle Yeoh) e seu Marido Waymond Wang (Ke Huy Quan), dois imigrantes asiáticos que ainda jovens vão tentar a vida na América, a contragosto dos pais de Evelyn. Com o passar dos anos acabam se tornando donos de uma lavanderia, tendo uma filha e viver a vida de maneira tranquila, pagando os seus impostos, trabalhando bastante e tendo seus problemas conjugais, nada incomum. Porém no momento inicial do filme, acredito que o casal esteja na caso dos 50 anos, está tudo uma confusão: o pai de Evelyn veio a cidade para comemorarem o seu aniversário, sua filha está a caminho junto da namorada, a situação conjugal não está boa e eles estão tendo problemas com a Internal Revenue Services, seria a nossa receita federal. Porém tudo muda quando a protagonista recebe um chamado interdimensional no qual é lhe designada a tarefa de salvar o multiverso.

Estamos falando de um filme que trabalha a questão de multiverso melhor do que a Marvel fez em Dr. Estranho no Multiverso da Loucura e Homem Formiga 3(aliás, que filme horroroso), além trabalhar tão bem quanto Rick & Morty. Contudo, não é por isso que o filme é tão aclamado, tampouco as homenagens a diversos elementos do cinema asiático que se destacaram no ocidente, mas sim pelas reflexões e trabalho de roteiro, montagem, atuação, não apenas da protagonista, tanto que o filme venceu na categoria de melhor atriz, melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante.

Todavia irei focar na visão filosófica que a obra trabalha, sobre a existência e principalmente sobre as nossas escolhas e as consequências que levam a protagonista a ser uma proprietária de lavanderia nos Estados Unidos, que carregou com ela a relação problemática e fraturada que tinha com o pai, além de transmitir isso para a relação dela com a filha, causando uma série de problemas na menina que claramente tem crises existenciais e busca algum significado na vida, alguma esperança para seguir em frente diante desse mundo, esse universo tão grande no qual a nossa importância é minúscula. A luta diante o buraco Negro reflete bem isso. Acredito que tenha muito sobre depressão nesses momentos, mas não tenho conhecimento sobre o assunto e sobre o comportamento humano para poder dar uma opinião mais concreta e real.
Por conclusão é “resolvido” através do amor incondicional, sem julgamentos e rejeição, algo que o Waymond sempre fez, mesmo diante as adversidades sempre mostrou carinho, leveza, apenas vivendo e apreciando a vida.
Teve um diálogo em um universo no qual a Evelyn e Waymond não estão juntos, em que ele diz: “Em uma outra vida, eu realmente adoraria apenas ter uma lavanderia e pagar impostos com você”
Lembrando, é apenas a minha opinião, posso estar completamente equivocado na minha analise, mas foi a percepção que tive ao assistir pela segunda vez. Temos diante de nós uma obra de arte em termos de roteiro, de atuação, um filme que transita muito bem entre os gêneros, por hora é comedia, outrora drama, sci-fi, Ele é tudo e em todo lugar ao mesmo tempo.