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The Office (US)


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 29/11/2021
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Vamos falar da mina de ouro que é The Office, obviamente falo da versão americana do seriado, a original (The Office-UK) é constrangedora e não gera qualquer tipo de alegria ao espectador durante as duas temporadas, isso pode parecer cruel, mas é a pura verdade. 

Falando do que interessa, The Office é simplesmente uma obra sem comparações, para mim, uma das melhores séries de comédia que eu já assisti, não conseguiria fazer top 5, junto com Friends, Rick and Morty, Brooklyn Nine-Nine, BoJack Horseman e Ted Lasso(essa merece um review só dela), isso na minha opinião, que não vale nada no final das contas.

 A história se passa em Scranton, em uma empresa de vendas de papel e material de escritório, Dunder Mifflin Paper Company, Inc. Lá conhecemos o gerente dessa filial, Michael Scott (Steve Carell), um personagem que cresce de uma maneira absurda com o decorrer das temporadas, passando de alguém extremamente odiado na primeira temporada para um personagem muito querido pelos fãs da série. No escritório também trabalham Dwight Schrute (Rainn Wilson) a mão direita do Michael, ao menos ele pensa assim, mas não passa de um puxa-saco, rústico e louco por poder, Jim Halpert (John Krasinski) um vendedor de papel inteligente, simpático, porém acomodado com o emprego, gosta de fazer brincadeira com os colegas de trabalho e é apaixonado pela recepcionista Pam (Jenna Fischer), que se sente estagnada tanto profissionalmente quanto no seu noivado. 

Os demais personagens também merecem destaque, vamos a eles:  Ryan Howard (B. J. Novak) inicia como estagiário, é um estudante universitário, Angela Martin (Angela Kinsey) uma excêntrica contadora, muito correta, viciada em gatos, Kevin Malone (Brian Baumgartner) um contador acima do peso, possui uma certa inocência que beira ao inacreditável, Oscar Martinez (Oscar Nunez)  um contador latino(mexicano) e homossexual, Michael.Stanley Hudson (Leslie David Baker) um vendedor negro, rabugento, que vive irritado com o ambiente de trabalho e as suas funções, passa boa parte do tempo fazendo palavras cruzadas, Creed Bratton (Creed Bratton) até hoje não sei qual é a sua função, aparece pouco, mas quando a câmera foca nele, sempre vem algo bom, Phyllis Lapin (Phyllis Smith) vendedora, gentil e carinhosa, conhece Michael desde a época da escola. Kelly Kapoor (Mindy Kaling) faz parte do RH,  possui ascendência indiana, é uma personagem fútil, se importa muito com o que os outros pensam dela, Meredith Palmer (Kate Flannery) mãe solteira, tem problemas com álcool e é uma pervertida sexual, Toby Flenderson (Paul Lieberstein) o responsável pelo RH, um profissional correto,  responsável por tudo de ruim que existe no escritório, segundo Michael, Darryl Philbin (Craig Robinson) personagem negro, no começo da série é responsável pelo depósito, vai crescendo e ganhando espaço de tela com o decorrer das temporadas. Andy Bernard (Ed Helms) vendedor, aparece na terceira temporada, é inseguro, não é um bom vendedor e se formou na turma de 95 da Cornell, Erin Hannon (Ellie Kemper) recepcionista, aparece a partir da quinta temporada.

Por incrível que pareça, é extremamente importante falar sobre essas questões, se o personagem é negro, se ele é do interior(caipira), ascendência latina ou indiana, acima do peso ou não, orientação sexual… Tudo nesse contexto é importante em The Office, que teve o seu momento, não estou aqui para julgar se é certo ou errado, porém fico imaginando se seria possível realizar a série nos dias de hoje, por mais que a mesma não seja antiga, ficou no ar de 2005 até 2013.

A primeira temporada é assombrosa, horrível… É sofrível de se assistir, longe de ser apenas um humor ácido é simplesmente ruim. Já assisti a série 3 vezes e não consigo rever a primeira temporada, sempre começo pela segunda. O personagem Michael Scott é complicado, ele é emblemático, sentimos alegria, pena, ódio e felicidade, sim um personagem nos faz trilhar essa montanha russa de sentimentos, ia falar que no mesmo episódio, mas por vezes é em questão de segundos. O “limite” é ultrapassado por diversas vezes: piadas preconceituosas, sejam de cunho racista, homossexuais, com relação a idade, machistas, entre outas… Em poucas palavras eu só poderia dizer que o trabalho feito por Steve Carell é inacreditável, por que independente de tudo isso, é impossível não amar o Michael Scott.

Com o decorrer das temporadas a produção em geral, vai ganhando uma qualidade absurda, a química entre os personagens é algo de grande destaque, o humor da série, mesmo sendo ácido, é inteligente, não necessita de risadas ao fundo para que o telespectador entenda que é um momento de graça, as simples trocas de olhares em momentos constrangedores, ou o olhar dos personagens em direção a câmera geram muita vergonha alheia. Posso simplesmente dizer que tiveram uma série de episódios nos quais fui obrigado a pausar, fazer um café ou pegar uma água e só conseguia assistir ao restante da cena minutos depois ou até mesmo no dia seguinte, outrora tive que pular a cena. Sim é quase um caso de amor e ódio. 

O que The Office tem de tão especial? Por que ele acha essa uma das melhores séries de comédia de todos os tempos? (lembrando, é minha opinião). Quem já trabalhou em algum escritório, sempre vai conseguir relacionar o seu cotidiano com a série, todos nós já tivemos que conviver com um Tobby, uma pessoa chata e irritante, nos imaginamos como Jim, alguém simpático, engraçado, querido por todos e até mesmo já convivemos com um Michael, alguém completamente sem noção, os personagens são extremamente “aceitáveis” no nosso cotidiano. Tudo isso faz dessa versão do seriado, uma obra sem comparação, pois é incrível como cada personagem vai ganhando vida e importância dentro de um ambiente de trabalho muito conturbado. 

Há momentos no nosso cotidiano no qual, nos deparamos com situações que são muito: “The Office”. Sim existe um termo para isso, um dos momentos que mais tenho percebido isso são as entrevistas do diretor de futebol do Grêmio, Denis Abrahão, falas completamente absurdas, engraçadas e por vezes constrangedoras. Praticamente toda entrevista/live/fala do Presidente Bolsonaro também tem momentos assim.

O seriado é produzido estilo documentário, sem a necessidade de ter personagens secundários para nos introduzir na cena, a quarta parede é quebrada seguidamente, além dos personagens conversarem diretamente conosco, em momentos isolados, literalmente conversando com o telespectador. Tudo é primoroso em The Office, que vai crescendo temporada a temporada, tento o seu ápice na sétima.  Todavia são 9 temporadas (8 na verdade, a primeira tem que ser descartada) muito bem feitas. Um destaque para as cenas de abertura da série.

Só posso dizer, aproveitem a mina de ouro que é The Office, a série é magnífica, com um ótimo elenco e um excelente roteiro, a cada temporada que passa vai apenas melhorando… É uma série apaixonante e muito viciante.