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Os 25 anos da restauração do Forte Zeca Netto


Por Redação Clic Camaquã Publicado 27/05/2021
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Clic Humor com Sabedoria: “Eu vou de Camaquã a Montevidéu sem molhar as patas do meu cavalo” (Gal. Zeca Netto)

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No próximo dia 31 de maio registra-se o 25º aniversário da restauração do Forte Zeca Netto. O seu mais ilustre morador o Gal. José Antônio Mattos Netto – Zeca Netto (1854 – 1948), líder regional nas Revoluções de 1893 e 1923, residia no Uruguai, e retornou ao Brasil com a Proclamação da República em 1889, radicando-se inicialmente na Fazenda dos Galpões.

Logo depois o Condor dos Tapes transferiu a residência para o prédio por ele construído no início do século XX para ser a sede da Fazenda da Chácara (Granja Netto), hoje conhecida como Forte Zeca Netto. O general foi o primeiro prefeito de Camaquã, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1930. O advento das nomeações prosseguiu até 1948, quando os prefeitos passam a ser eleitos através do voto, justamente o ano da morte do último caudilho.

Coincidência ou não a estrutura do Forte reproduz, em menores proporções e semelhança, a Estância “El Vichadero”, no Departamento de Rio Negro, na República Oriental do Uruguai, onde seu sogro José Custódio de Oliveira residiu. José Custódio foi um próspero estancieiro e industrial da erva mate nos Galpões, marido de Anna Rodrigues de Oliveira – Dona Aninha – a barbuda estancieira, eternizada na música “Divisas com ervas e chibo”, de Helmo de Freitas.

A frente atual do Forte antigamente era os fundos da propriedade. Conforme o pesquisador João Máximo Lopes, o prédio em estilo eclético tem características coloniais e neoclássicas, com 468,96 metros quadrados de forma regular em “U” fechado por pilares e grades em ferro, com todos os seus compartimentos voltados para um longo e espaçoso corredor e este, aberto para o pátio interno. Sua construção foi concluída em 1904, portanto há 117 anos. 

Por seu inigualável valor histórico o espaço, localizado no bairro Jardim do Forte, depois de décadas de abandono, foi adquirido pela Prefeitura em 1991, e no ano seguinte, em 03 de abril de 1992, passa a integrar o Patrimônio Público e Cultural do Estado do Rio Grande do Sul, aliás o único prédio histórico tombado em nível estadual no Município. 

Em 31 de maio de 1996, no governo do prefeito Hermes Rocha, completamente restaurado o Forte Zeca Netto era entregue à comunidade. Em valores da época o investimento ficou em torno de R$200 mil, desde o telhado com telhas de barro até a bela estrutura da fachada principal. Além disso, móveis, peças e relíquias da família Netto foram restaurados pelo artista plástico Clair Müller (in memoriam). A cerimônia de inauguração, coordenada pelo então Secretário da Cultura, Dael Luis Prestes Rodrigues, foi um dos eventos mais significativos da cultura regional.

A área cultural do Município, até a década de 1990, era um órgão vinculado à Secretaria da Educação, com a denominação de Casa da Cultura, sendo elevada ao status de Secretaria através da Lei 015/90 sancionada pelo prefeito José Cândido de Godoy Netto, em 12 de junho de 1990. Com a restauração do Forte Zeca Netto a Secretaria da Cultura conquistava sua sede própria.

Atualmente naquele espaço estão instalados o Museu Municipal Divino Alziro Beckel, o Memorial Zeca Netto, o Acervo da 16ª RT, a Biblioteca Pública Oswaldo Lessa da Rosa e o Acervo “Rio Grande do Sul – Pedaço do Mundo”, coleção particular do idealizador do Tradicionalismo, e que em breve poderá ser transformado em Memorial Barbosa Lessa. 

Com a criação da nova Secretaria de Desenvolvimento, Inovação, Cultura e Turismo a ideia é levar o setor administrativo para o antigo prédio da Receita Federal, que agora pertence a prefeitura, ficando o Forte Zeca Netto exclusivamente como espaço cultural. Neste ano de 2021 o Forte registra 25 anos de sua restauração, e o desejo dos camaquense é que o prédio, que há anos não recebe uma manutenção adequada, seja revitalizado para receber o público neste novo momento que se avizinha. Assim honrar-se-á o empreendimento feito em 1996, e que se tornou um forte resgate do patrimônio cultural – como bem definiu a manchete do informativo produzido na época pela Criarte Produções Culturais e Publicitárias.

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