Ninguém é obrigado a ser feliz no Natal

Leia a coluna de Bianca Benemann, escrivã da Polícia Civil e apresentadora do programa Elas por Elas, transmitido toda quarta-feira através da Clic Rádio.
Quantas vezes você já se viu forçado a performar nessas datas festivas?
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Esgotados, cansados, agimos no automático a fim de cumprir a extensa lista de tarefas que incluem supermercados lotados e longas filas nos caixas das lojas, porque sempre, sempre falta o presente de alguém que fica “chato” não dar.
Nesse turbilhão de consumo inconsciente, paramos para pensar: O que eu quero?
Se perguntássemos, garanto que a resposta seria ficar bem quietinha no meu canto, sem “ter que” nada.
Atropelamos nossas dores, nossos anseios a fim de satisfazer alguém.
Mas, afinal, quem é esse alguém?
Será que esse alguém talvez não preferisse a gente de verdade? Sem tantas máscaras sociais?
Que tal romper com tantos padrões de felicidade impostos?
Não somos famílias-margarina, nenhuma é.
O Natal é uma data que a saudade daqueles que já se foram vem com intensidade, trazem a tristeza que a todo custo tentamos disfarçar para não estragar o natal dos outros.
Então te proponho um natal diferente e não te desejo um feliz natal , desejo que acolhas a tua dor, o teu cansaço.
Que imagines teu amor no abraço mais gostoso, que possas sentir o cheiro do pai, da mãe ou do filho que já se foi.
Que nessa noite faças o prato que ele ou ela mais gostava, marcando a presença amorosa na tua ceia. Teu amor invisível se fará presente nesse ritual lindo.
E que possas seguir em frente, tendo por norte o sorriso verdadeiro dos que aqui estão, honrando a existência daqueles que deixaram tanto amor no teu coração.
A todos, um Natal possível.
Com carinho,
Bianca.