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Brasil pode se tornar uma nação de idosos, segundo IBGE

Em 2030 a parcela da população com 60 anos ou mais será maior do que de de crianças com até 14


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 09/02/2016
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Seguindo fenômeno observado em países mais desenvolvidos, o Brasil caminha para se tornar uma nação de idosos. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030 a parcela da população com 60 anos ou mais será maior do que de de crianças com até 14. Em 2055, idosos já serão maioria, superando a quantidade de crianças e jovens com até 29 anos. A tendência de envelhecimento da população brasileira já sendo observado desde o censo realizado em 2002, ganhando contornos mais firmes a partir de 2010. Em Pelotas, a situação não é diferente. Por aqui – segundo projeções baseadas em informações do IBGE -, quase 16% da população terá 60 anos ou mais em 2016, percentual que pode ultrapassar os 24% em 2030.

Para especialistas, essa mudança no perfil etário brasileiro deve causar mudanças socioeconômicas profundas, exigindo a criação de políticas públicas efetivas para garantir qualidade de vida a quem alcançar a melhor idade. “É algo que não está distante. Quinze anos passam rápido e se o Poder Público não se preparar vai enfrentar muitos problemas”, considera o chefe da agência do IBGE em Pelotas, Rogério Krause. A opinião dele é reforçada pelo geógrafo e especialista em Dinâmicas Populacionais, Álvaro Martins. Segundo Martins, hoje o Brasil está vivendo movimento inverso ao observado nas décadas de 1960 e 1970, quando grande parte da população rural – pressionados pela mecanização da agricultura – veio para a cidade em busca de melhores oportunidades.

No período, houve queda nas taxas de mortalidade, manutenção dos altos índices de natalidade e incremento na expectativa de vida da população em geral, o que gerou um verdadeiro “boom” populacional. No entanto, a partir da década de 1990 os índices de natalidade começaram a cair, enquanto a média de vida do brasileiro só subiu, resultando numa sociedade cada vez mais idosa e dependente da previdência social. Atualmente, mais de 18,5 milhões de pessoas com 60 anos ou mais – o que representa 82% da população idosa – são beneficiadas pelo INSS. Só os gastos com aposentadoria, pensões e assistência ao idoso consomem 12% do PIB, valor considerado alto pelos especialistas, mas que esconde a triste realidade enfrentada por quem depende do benefício para sobreviver.

Esse é o caso do aposentado Antônio Gomes, 81. O ex-servidor público está aposentado há 30 anos e teve a aposentadoria reduzida em mais de um salário e meio nesse período devido a correções aplicadas pelo governo. Preocupado, Gomes acredita na necessidade urgente de uma reforma previdenciária capaz de premiar de forma justa quem trabalhou e contribuiu a vida inteira, mas hoje não colhe os frutos desse esforço. “Quando chega a hora da gente descansar, não tem dinheiro nem pra ir na cidade vizinha. Velho gasta muito com remédio e a aposentadoria cada vez reduz mais.” A fala dele é reforçada pela aposentada Teresa Schild, 80, para quem foi muito difícil se adaptar ao novo padrão de vida.

Futuro incerto
A dura realidade vivida pela maioria dos aposentados brasileiros deixa o vendedor Tair Malvares Filho, 55, assustado frente a proximidade da própria aposentadoria. Apesar de não desejar parar de trabalhar tão cedo, ele reconhece que seria bom poder acompanhar o crescimentos dos filhos menores, Felipe, 6, e Wiliam, 4, e tem esperança de que lá na frente os filhos mais velhos, Marcelo, 24, e Daniel, 13, usufruam de melhores condições de vida, principalmente depois dos 60 anos.

Para o geógrafo Álvaro Martins, as queixas de Antônio e Teresa, e os temores de Tair quanto ao futuro dele e dos filhos são reais. De acordo com o especialista, o atual sistema previdenciário é perverso e tende a entrar em colapso frente ao acelerado crescimento da população idosa. Além disso, outros setores podem começar a enfrentar graves problemas caso nada seja feito. “Os governos, como um todo, têm focado muito no universo materno-infantil porque essa é a necessidade atual, mas isso vai mudar e precisamos estar prontos.”

No que é preciso focar
Frente ao incremento na população com 60 anos ou mais previsto para os próximos anos, não vai ser de se estranhar o crescimento na mesma medida dos desafios associados a nova realidade, principalmente se a sociedade não estiver preparada para isso. Conforme exemplo dado pelo secretário municipal de Justiça Social e Segurança, Tiago Bündchen, hoje os governos estão focados na Educação Infantil, mas no futuro poderá ocorrer uma inversão nesse cenário, com escolas fechando devido à falta de alunos para dar lugar a casas de acolhimento de idosos. Atualmente, dos 138 indivíduos abrigados em casas da prefeitura, 21 são idosos. 

O número não leva em conta os integrantes dos serviços de convivência dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras) da cidade. Parece pouco, porém a situação é vista como uma evolução perante anos anteriores, quando Pelotas não contava com esse tipo de serviço. Para Bündchen, uma melhor integração da população idosa à sociedade passa, inclusive, por mudanças culturais e isso não ocorre de uma hora para outra. “É um processo lento, mas que precisa acontecer. Não é uma realidade para daqui cem anos. Está ai, nos nossos lares e precisamos saber respeitar, afinal todos vamos chegar lá um dia.”

Além da necessidade de investimentos em lazer e acolhimento, também é preciso se preocupar em oferecer uma velhice mais tranquila e saudável a esse grupo. Para isso, o Poder Público tem apostado na prevenção como forma de garantir qualidade de vida na terceira idade. Quem afirma é a diretora de Ações em Saúde da Secretaria de Saúde, Eliedes Ribeiro. Segundo ela, há algum tempo União, estados e municípios vem acompanhando a evolução da população idosa e desenvolvendo ações que garantam o atendimento desse público. Mesmo assim, ainda é preciso investir na capacitação de mais profissionais voltados a esse universo, uma das necessidades atuais.

Representatividade
Em janeiro, o presidente do Conselho Municipal do Idoso, James Roberto Bendjouya, 60, ajudou a organizar e participou da 15ª edição do Fórum Social Mundial Temático, incluindo seminário para discutir os direitos da população idosa. Com o tema Paz, Democracia, Direito dos Povos e do Planeta, o evento marcou os 15 anos do primeiro encontro promovido na capital gaúcha em 2001 e abriu caminho para o Fórum Social Mundial, marcado para agosto desse deste ano em Montreal, Canadá.

Dentre as discussões envolvendo a população idosa, destaque para a importância dos Conselhos Municipais do Idoso e dos Fundos Municipais do Idoso. Para Bendjouya, quanto mais representatividade o idoso tiver na sociedade, melhor será para ter acesso aos direitos garantidos pelo Estatuto do Idoso. Além disso, ele defende uma revisão do atual sistema previdenciário do país e a transformação dos conselhos em órgãos deliberativos – capazes de decidir sobre temas relacionados – e não mais consultivos.


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